O abastecimento de combustível começa a normalizar nesta terça (29) em algumas cidades do país no 9º dia da greve de caminhoneiros, mas ainda há pontos de bloqueio e grupos seguem pressionando para que carretas parem nas estradas.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou que a greve “deixou de ser apenas uma crise de abastecimento” e agora atinge direitos fundamentais. O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que a continuidade da greve tem um cunho político.

As distribuidoras de combustível dizem que têm 80 liminares para voltar a operar, mas são impedidas pelos grevistas. Os caminhões-tanque precisam de escolta policial para sair das distribuidoras e abastecer postos em estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Paraíba e Distrito Federal.

No Espírito Santo, um comboio de 50 caminhões que saiu para buscar insumos para a alimentação de aves e suínos foi interceptado por manifestantes em Brejetuba e não conseguiu seguir. A Associação Brasileira de Proteína Animal, que representa o setor, afirma que 1 bilhão de aves e 20 milhões de suínos estão em risco com a greve em todo o país porque não recebem comida suficiente..

Em São Paulo, a Autopista Régis Bittencourt, concessionária que administra a rodovia, disse que caminhões e veículos com carga estão sendo parados pelos caminhoneiros. O tráfego está sendo liberado somente para veículos de passeio, ônibus, ambulâncias e viaturas oficiais.

Veículo com combustível chegou escoltado no município de Senhor do Bonfim

 

GOVERNO DIZ QUE PROTESTOS RESTANTES EM RODOVIAS SÃO DE CARÁTER POLÍTICO

Ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) afirmou que manifestações têm mais ‘populares’ que caminhoneiros. Governo informou que 7 foram presos no Maranhão por ‘ações contra um comboio’.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou nesta terça-feira (29) que os protestos restantes em rodovias neste nono dia da greve dos caminhoneiros são “manifestações políticas”.

Segundo Padilha, os representantes de caminhoneiros que negociaram com o Palácio do Planalto afirmaram que a greve, da parte deles, foi encerrada.

O ministro afirmou que os bloqueios que ainda persistem em algumas rodovias têm mais participação de populares que de caminhoneiros.

“O que temos hoje são manifestações que envolvem populares, que envolvem outras pessoas que não caminhoneiros, e também, em alguns casos, caminhoneiros, óbvio. E o cunho da manifestação extravasa as questões e reivindicações dos caminhoneiros e ganha já um corpo de manifestações políticas”, afirmou o ministro.