A senadora Lídice da Mata (PSB) negou em nota, nesta segunda-feira, 4, que já tenha conversado com o governador Rui Costa (PT) sobre definição da chapa majoritária que disputará as eleições ao governo em outubro. Rui afirmou para a imprensa nesta segunda-feira, 4, que já havia conversado com os aliados, inclusive com a senadora, e que poderia anunciar a chapa a qualquer momento.

Nos bastidores é dado como certa a chapa com João Leão, do PP, na vice; o ex-governador do PT, Jaques Wagner, ao Senado e o presidente da Assembleia Legislativa, Ângelo Coronel do PSD na outra vaga ao Senado. Mas Rui não teria chegado a oficializar a decisão com o PSB. O que se fala agora é que Lídice deve ser candidata à deputada federal.

Em nota à imprensa, Lídice afirmou que só conversou com o governador há cerca de um mês e que nada havia sido definido. “Com relação à definição da chapa majoritária das eleições 2018, a senadora Lídice da Mata esclarece que conversou com o governador Rui Costa sobre o assunto há cerca de um mês, mas ele não sinalizou para ela nenhuma definição sobre o assunto”, diz a nota.

A senadora, aliada histórica do PT na Bahia, vem reivindicando a manutenção de sua cadeira no Senado Federal desde o ano passado. Rui, porém, já deixou claro, desde janeiro, que PP e PSD seriam prioridade na chapa. Em anonimato, políticos dizem que a senadora ficou irritada com a declaração de Rui.

Políticos da cozinha do governador dizem que Rui não deve chamar PP ou PSD para conversar pois a decisão já está tomada. A questão é matemática, pragmática e que a chapa já teria sido desenhada após as eleições municipais de 2016. O PSD, comandado pelo senador Otto Alencar, fez 82 prefeituras; o PP 71, e o PSB de de Lídice apenas 17. O PT tem 31 municípios e a máquina do governo. Lídice sempre questionou essa lógica. No Carnaval, disse para A Tarde que “política não se faz com aritmética”.

O nome de Lídice chegou a ser citado pelo ex-presidente Lula, antes de ser preso, com “certo espanto” pelo fato de ainda não estar consolidada sua candidatura pela reeleição ao Senado. A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman também foi na mesma linha. Rui chegou a dizer que respeitava as opiniões das lideranças petistas, mas não deu espaço para interferência.

Na tentativa de apaziguar o meio de campo junto à senadora, aliados e o governo vem buscando uma alternativa que a satisfaça. Uma delas seria a suplência da vaga de Wagner. Também chegou-se a cogitar que a candidata saísse em chapa avulsa ou candidata à deputada estadual para ocupar a presidência da Assembleia Legislativa. “O problema é que não combinaram com os deputados que serão eleitos”, disse um político.

A chance de Lídice ocupar a vaga ao Senado ocorreria caso o ex-governador Jaques Wagner se confirmasse como plano B do PT para a presidência da República. Wagner já disse que não quer.

Na pesquisa de intenções de votos feita pela P&A / Bahia Notícias e divulgada semana passada, Lídice aparece em segundo lugar na preferência do eleitorado, na estimulada, com 25,3% das intenções de voto, atrás de Wagner, que lidera com 35,9% dos votos. Rui já disse que pesquisa eleitoral não vence eleição. Prova disso seria a eleição de Wagner em 2006, quando todas as sondagens apontavam para a eleição de Paulo Souto (DEM). Wagner venceu em primeiro turno.

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Fonte: A Tarde