Analisando as características hereditárias do cacaueiro, a árvore que dá origem ao cacau, um grupo de 18 cientistas, de 11 instituições diferentes, descobriram que ela data 3.600 anos, época em que fez a sua primeira aparição na Amazônia.
A descoberta pode ser uma resposta para as questões de como e quando nós começamos a cultivar a matéria-prima do chocolate. O estudo, publicado no periódico Communications Biology da revista Nature, também apontou que a domesticação do cacau acabou selecionando o sabor, a resistência a doenças e o estimulante a teobromina. Para isso, os pesquisadores analisaram o tipo Criollo, considerado “o rei do cacau” e a primeira a ser domesticada.
“Esses resultados nos fornecem uma compreensão maior sobre como os seres humanos se mudaram e se estabeleceram na América”, afirmou Omar Cornejo, especialista em genética da Washington State University e um dos autores do estudo.
Os cientistas acreditam que a domesticação tenha um custo, já que os produtores, ao escolher as plantas com as características desejadas, podem acabar produzindo plantas que acumulam genes contraproducentes, com mutações que podem tornar essas árvores menos adequadas.
Os resultados do estudo podem identificar os genes por trás de características específicas dessas árvores, incluindo seu cultivo. “O que nós queremos é combinar plantas de de populações altamente produtivas com o Criollo. Assim, todas essas características desejáveis seriam mantidas e conseguiríamos tornar o cacau Criollo o melhor do mudo”, disse Cornejo ao portal científico Phys.org.