Mesmo com a aprovação da associação dos universitários, a proposta que previa contribuição de R$ 28,00 recebeu votos contrários de 5 vereadores e foi reprovada

 

Por Fred Costa e Marcus Paulo*

 

Na noite de ontem, 04, aconteceu na  Câmara de Vereadores, a votação da Proposta de Lei Complementar de N° 001/2018 de autoria do município, que propunha que “o município assumiria a responsabilidade do transporte desde que houvesse a contrapartida de 3% do salário mínimo por  cada estudante”. Para ser aprovada, alterando a Lei Orgânica Municipal, era necessário 2 terços dos votos dos vereadores.

O vice prefeito Paulo do Gás, também usuário do transporte escolar e diversos estudantes, compareceram a seção. “Sou estudante e não concordo com esse projeto, pois da forma que a proposta foi colocada, nós perderemos um direito adquirido. Se não fosse lei não estaríamos aqui hoje. Não quero abrir mão dos nossos direitos por troca de promessas de secretários. Aqui fica nosso posicionamento: podemos sim contribuir, porém, sem alterar ou tirar o direito que nos já temos”, afirmou na tribuna, a estudante de psicologia Joseane Carvalho que cursa o 9º semestre.

O estudante de Direito Luis Felipe Fiore também se posicionou contrário a aprovação da lei. “A minha preocupação é a mesma de muitas famílias, pois a atitude dos gestores prejudicará muitos estudantes. Essa emenda nos deixará a mercê dos próximos gestores. É necessário que seja complementada com a lei que já nos garante o direito do transporte para estudar, pois não somos contra a contribuição, somos contra a forma que está sendo feito” a firmou Felipe.

Estudantes Luiz Felipe e Joseane. “Não somos contra a contribuição, mas não queremos perder direitos”.

Já o presidente da Associação da Comunidade de Universitários de Camacã – CUCA, Vinícius Quinto, afirmou que a classe havia concordado com a contribuição. “Apesar das dores a gente que está  envolvido diariamente na associação, sabe que não é mais possível o município arcar com o transporte de 550 alunos, pois há dois anos eram 430 e subiu para 550. Mais de 150 alunos estiveram presentes na última das quatro reuniões e entenderam que a situação dos ônibus já está num processo de desgaste muito grande. Cada ônibus tem 42 lugares e está indo mais 40 em pé. Sabemos que o peso político de tirar algo é muito grande. Levamos a proposta em assembléia e a votação foi a favor da taxa. Não vim aqui pedir para que os vereadores votem nem sim nem não, só peço que olhe para a associação pois nossa briga deveria ser para que todos fossem sentados”.

No plenário, vereadores lembraram que em cidades como Canavieiras e Buerarema, os universitários contribuem com R$ 200,00 e R$ 80,00 respectivamente. Uma proposta de emenda do vereador Valdir Veloso, isentaria de pagamento os estudantes que comprovassem insuficiência financeira. Mesmo com essa proposta e com a declaração de concordância da CUCA pela cobrança da taxa que hoje ficaria em torno de R$ 28,00/Mês, a proposta foi rejeitada com 5 votos contra e 8 a favor.

“Nossa preocupação é com o futuro pois antigamente tínhamos 80 e hoje são mais de 500 estudantes. Conversamos com os universitários, explicamos a situação. Alguns discordaram da redação da lei mas todos concordaram com a contribuição. O custo do transporte escolar universitário ultrapassa R$ 500 mil por ano. Sabemos que vai chegar a hora que não vai haver condições e nossa preocupação é com o futuro. Discordar é normal, mas não houve nenhuma proposta que justificasse a reprovação. Não vamos oferecer nenhuma retaliação. Explicamos a necessidade e os estudantes  entenderam. Conseguimos 8 votos e tínhamos até o apoio dos universitários.Não havia necessidade e não dá para entender o porquê de parte dos vereadores votarem contra.  Talvez o que incomodou foi não terem a coragem de propor essa adequação necessária. Ainda vamos sentar com os estudantes e ver se conseguimos uma saída para comprar  mais um ônibus”, disse o Secretário de Educação, Agnevan Nascimento.

*Com contribuição do Vereador Fábio da Bios