Com Rio Sol, Calazans nos oferece não um livro, mas um brinde ao futuro e à fé. Um livro a ser degustado!

Segundo o autor João Calazans, seria impossível praticar literatura sem expressar algum sentimento sobre esse novo apocalipse humano, que semeia o medo entre os povos de todos os continentes e que continua ceifando a vida de tantos irmãos. Partiram sem que tivéssemos a oportunidade de dizer adeus, enquanto tantos outros que conseguiram vencer o coronavírus encontram-se sequelados, inabilitados para o trabalho e privados de desfrutar de seu modo de vida anterior.
“Eu fui uma das vítimas desse vírus mortal. Fui internado e durante a internação tive a felicidade de ser bem tratado por todas as equipes que me prestaram atendimento e cuidaram da minha saúde. E, justamente naquele momento, tive uma epifania, que tomou conta da minha alma, permitindo-me sonhar todas as noites com a história da ressurreição de Jesus Cristo. Daí surgiu a matéria para um novo livro, Rio Sol, que já se materializou”, conta o escritor.


Calazans narra, que ao deixar o hospital, essa experiência mística só fez aumentar, dando-me as condições necessárias para ampliar o formato e o desenho do texto, de maneira a deixar aos leitores uma mensagem poderosa de crença e fé.
O livro foi escrito em sessenta dias. É um texto leve, lírico, pleno de nuances, algumas tramas espirituais e outras reais. Ao mesmo tempo, oferece a receita de esperança sonhada, sem esquecer-se de enaltecer a fé e a certeza de que dias melhores haverão de vir.
O escritor e crítico de literatura Ewandro Magalhães, fora direto ao ponto falando sobre o novo livro e tecendo comentários sobre a trama: “Um comendador paulista, sua mulher e seu filho instalam-se no sertão nordestino. A eles se juntam um renomado cirurgião baiano, um enólogo argentino e sua filha, também portenha. Entrelaçam-se na trama o coronel Barreto, a serviçal Joelma, Pedro Lucas, Freddy e outros personagens locais. E ao redor deles, em todas as direções, vinhas e videiras a perder de vista, na mais improvável das paisagens: o calor equatorial de Petrolina, Pernambuco”, afirma.

Rio Sol é uma história de contrastes. De paulistas conversos, portenhos seduzidos e segredos perscrutados às margens do São Francisco. Fala de amor proibido e preconceito, logro e malogro, fortuna e pobreza, na rica tapeçaria tão típica das latitudes sul, em sua plena diversidade. De tudo isso fala Rio Sol. Mas fala mais e sobretudo de vinho. Um vinho diferente, tropical, milagre do barro de terra seca e água do Velho Chico.
João Calazans nos conduz pelo hermético universo da viticultura, numa trama que vem de longe, cobrindo milhares de quilômetros e dezenas de personagens entre Mendoza, na Argentina, e Petrolina, no Brasil. E como sempre faz, o autor nos coloca no centro de um grande acontecimento desportivo: a Wine Run, ou Corrida do Vinho, que antes da pandemia chegou a reunir 1.500 aficionados do esporte e da vinha.
O livro nos convida a conhecer melhor o Brasil e seus vizinhos. Brinda-nos a oportunidade de provar outros sabores, sutis, de frutos diferentes dos quais se extrai uma bebida rica da qual conhecemos sempre pouco, porque há sempre mais a descobrir.
Mas Rio Sol é, antes de tudo, um livro de aventura e empreendedorismo. Uma história fundamentalmente humana, de amores e paixões, de gente em busca da felicidade e da alegria que se traduzem tão bem no vinho, e às quais se chega sempre por um caminho longo e tortuoso.