Terminou sem acordo, por volta das 12h30 desta segunda-feira (21), mais uma rodada de reuniões para discutir a renegociação salarial dos rodoviários da Bahia. Os 20 mil rodoviários do estado – cerca de 13 mil em Salvador – afirmam que, caso não haja acordo, a categoria paralisará as atividades por tempo indeterminado a partir de quarta-feira (23).
A superintendente regional do Trabalho e Emprego da Bahia, Gerta Schultz Fahel, que mediou a reunião, afirmou que houve avanços na manutenção de direitos adquiridos, renovação da carteira e vacinação dos trabalhadores.
“São temas importantes, mas não houve avanço das partes com relação aos ganhos econômicos com o reajuste salarial. Amanhã (terça), às 9h, terá uma nova reunião na superintendência, na tentativa de acordo e evitar uma greve”, afirmou Gerta aos jornalistas, logo após a reunião, que começou às 11h30. O encontro acontecerá na sede da Superintendência Regional do Trabalho, no Caminho das Árvores, e contará com a participação do Ministério Público do Trabalho (MPT).
“A intenção é que amanhã (terça), as empresas apresentem uma proposta em mesa para que a negociação avance e o impasse existente entre as partes se resolva de maneira consensual”, disse a superintendente, em nota divulgada pela Superintendência Regional do Trabalho na Bahia (SRT-BA).
Presidente do Sindicato dos Rodoviários, Hélio Ferreira afirmou que o indicativo de greve está mantido. “Vamos fazer uma assembleia nesta terça à tarde para deliberar a greve. A greve está mantida se não tiver um acordo. Será greve por tempo indeterminado e geral. Se mantiver essa intransigência dos patrões, a greve estará mantida. Não temos outra alternativa”.
Representante da Associação das Empresas de Transporte de Salvador (Integra), Jorge Castro afirmou que não há acordo. “Não tenho condição de fazer percentual (de reajuste). Estamos desequilibrados comercialmente. Se eu der um reajuste de qualquer percentual, aumentamos o desequilíbrio. Se eu não tenho faturamento, eu não tenho como pagar. Se o meu faturamento não é condizente com os custos. Não aceitamos também o pagamento da vacinação pois é uma obrigação do estado. Não aceitamos também o pagamento de parte dos custos para renovação da carteira de habilitação dos trabalhadores”, destacou. Neste domingo (20), os motoristas de ônibus fizeram uma paralisação de 24h em Salvador.