Trinta e nove lavradores foram resgatados de uma fazenda no distrito de Caraíva, município de Porto Seguro, extremo sul da Bahia, onde trabalhavam em regime escravo. O grupo tinha saído da cidade de Murici, em Alagoas, na semana passada para trabalhar na colheita de café sob a promessa de que receberiam salário, alimentação e hospedagem, mas foram submetidos a condições degradantes.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o proprietário da fazenda, que não teve o nome revelado, assinou um termo de ajuste de conduta com o Ministério Público do Trabalho (MPT) se comprometendo a pagar as rescisões e indenizações por danos morais a cada lavrador. Ele vai ressarcir os valores cobrados deles durante a viagem de Alagoas até a fazenda, além de providenciar o retorno às suas residências, entre outros deveres.
Segundo a polícia, as carteiras de trabalho dos lavradores foram assinadas. As rescisões serão pagas parceladas em seis vezes. Os trabalhadores também vão receber três meses de seguro-desemprego.
O resgate ocorreu durante uma força-tarefa da Comissão Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae). Conforme a PRF, a fazenda será autuada pelas irregularidades no alojamento e quanto a saúde e segurança dos trabalhadores.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) também vai instaurar inquérito para apurar os fatos.