Um surto devastador está destruindo plantações de cacau ganense em um momento crucial da temporada no segundo produtor mundial.
As larvas se concentram nos bilros e em frutos em desenvolvimento. Agricultores na área afetada dizem que a praga poderá causar um efeito devastador já na próxima safra principal, a maior das duas safras anuais. Até agora o problema parece limitado à região sudoeste que responde por volta de 55% da produção nacional de cacau.
“As lagartas atacaram e destruíram toneladas de pequenos frutos em desenvolvimento que seriam colhidos entre novembro deste ano e janeiro do próximo ano”, disse Samuel Quainoo, agricultor e líder de um órgão de assistência técnica de campo. Ele supervisiona mais de 15 mil fazendeiros no distrito de Enchi, na região oeste. Ressalta ainda: “Estamos desesperados e desamparados porque está se espalhando muito rapidamente.”
Os agricultores de Gana se preparam para a safra principal, que começa em outubro e geralmente representa cerca de dois terços da produção anual do país. O Gana produz cerca de 20% do cacau do mundo, perdendo apenas para a vizinha Costa do Marfim. Segundo informações de especialistas, a produção do país na safra atual atingiu a marca de 866 mil toneladas, contabilizados até o dia 9 de agosto, próximo do número previsto por OICC.
As regiões produtoras de Ashanti, Brong-Ahafo e todo leste, também não tiveram nenhum relato das pragas, de acordo com os principais agricultores.
Na região oeste, os agricultores estão se reunindo entre si e com o governo e a Cocobod, regulador do cacau de Gana, para tentar encontrar uma solução, disse Nicholas Kobina, um agricultor chefe que supervisiona mais de 200.000 produtores em um dos distritos da região. Mais de três milhões de produtores, também alocados na mesma zona de cultivo, encontram-se em estado de pânico. Na tentativa de encontrar uma solução preventiva, se mobilizam realizando reuniões frequentes com representantes do governo e da Cocobod.
Na tentativa de conter o surto, alguns produtores combatem insistentemente com pulverizações nas lavouras usando pesticidas, mas os vermes reaparecem com maior intensidade duas semanas depois. Os agricultores apelam desesperadamente ao governo para que traga soluções urgentes para erradicação da praga.
Outras regiões produtoras de cacau do Gana, incluindo Ashanti, Brong-Ahafo e a região leste, ainda não tiveram nenhum relato das pragas, de acordo com os principais agricultores.
Técnicos de campo na Costa do Marfim, afirmam que ainda não existem sinais da chegada das lagartas em nenhuma área de cultivo de cacau.
Os vermes são uma espécie chamada Anomis Leona, afirma Noah Amenyah, porta-voz da Cocoa Board, ressalta que estão prontos preparados para atacar o problema de frente e comenta também que as unidades de vigilância intensificaram as ações de combate no campo, com realização de pulverização em massa.
Fonte: mercadodocacau com informações Bloomberg ( by Ekow Dontoh )