Quatro vítimas já foram reconhecidas, e duas delas, liberadas. Imagem dos dentes facilitará o trabalho dos legistas, que podem dispensar exame de DNA para os outros seis corpos.
O Flamengo entregou neste sábado (9) imagens das arcadas dentárias dos 10 jovens mortos no incêndio do Ninho do Urubu para agilizar a liberação dos corpos do Instituto Médico Legal do Rio (IML).
O incêndio aconteceu na sexta (8). Todas as vítimas eram atletas da base do time – tinham entre 14 e 16 anos. De acordo com o clube, há três jovens internados, dois deles em situação estável e conscientes; o terceiro está em estado grave. O fogo destruiu parte dos alojamentos em que eles estavam. A suspeita é que a causa seja um curto-circuito no ar-condicionado.
Até agora, apenas quatro dos 10 corpos foram identificados (veja lista abaixo). Treze jovens escaparam sem ferimentos. Eles disseram à polícia que quebraram janelas do alojamento para tentar salvar amigos.
Nove das 10 vítimas foram encontradas carbonizadas – não há informações sobre como o 10º corpo estava. As arcadas dentárias devem facilitar o reconhecimento das vítimas.
Às 9h, o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, chegou à sede da Gávea para reunião de crise.
Rodolfo Landim chega à sede do Flamengo na Gávea
Corpos identificados:
- Arthur Vinícius de Barros Silva Freitas, liberado do IML na madrugada. O enterro será neste sábado em Volta Redonda (RJ);
- Bernardo Pisetta, ainda no IML;
- Pablo Henrique da Silva Matos, identificado por impressões digitais e liberado do IML na madrugada. O enterro será neste sábado em Oliveira (MG);
- Victor Isaías, ainda no IML.
Aguardam identificação e liberação:
- Athila Paixão, de 14 anos;
- Christian Esmério, 15 anos;
- Gedson Santos, 14 anos;
- Jorge Eduardo Santos, 15 anos;
- Rykelmo de Souza Vianna, 16 anos;
- Samuel Thomas Rosa, 15 anos.
Pouco antes das 11h, familiares de Samuel Thomas Rosa chegaram ao IML do Rio para identificar o corpo.
Arthur Severiano Rodrigues de Souza, tio do jovem, disse que toda folga que Samuel tinha ia para a sua casa em Lages de Muriaé, no Noroeste Fluminense.
“Ele sabia que eu sou vascaíno, mas dizia que tinha de ser Flamengo. Dizia que isso [camisa do Flamengo] era um manto e me vestia. Agora deixei de ser Vasco e sou Flamengo. Vim assim em homenagem a ele”, disse.
Vinicius de Souza, primo do Samuel, disse ele era muito brincalhão e adorava futebol.
“Ele era o nosso herói, guerreiro. Era muito especial. Não levava o futebol como trabalho, dizia que não queria muita coisa, que queria brincar. Futebol, pra ele, era uma brincadeira. Ele dizia: quero brincar, quero ser feliz e fazer aquilo que gosto”, contou.
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