O Ministério Público Estadual (MP-BA) informou, há pouco, ter cumprido os sete mandados de prisão e dez de busca e apreensão da Operação Xavier, deflagrada em Ilhéus, nesta manhã de quarta (15), para desarticular organização criminosa que agia na Câmara de Vereadores de Ilhéus. Os nomes de todos os alvos dos mandados de busca e apreensão ainda não foram divulgados. Segundo o MP, a organização criminosa cometia fraudes em licitações e contratos e lavagem de dinheiro, no período de 2011 a 2018.

 

O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco) e a 8ª Promotoria de Justiça de Ilhéus, em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), deflagraram a operação. Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal de Ilhéus. A ação resultou no afastamento de 7 servidores da Câmara e de um vereador. Um dos mandados cumpridos foi na casa do vereador Lukas Paiva, ex-presidente da Casa.

Um dos mandados cumpridos foi na casa do vereador Lukas Paiva, ex-presidente da Casa.

A organização criminosa, assinala o MP-BA, desenvolvia “múltiplos esquemas de corrupção ao longo de sucessivas gestões na Casa Legislativa” e tinha o apoio de empresas de assessoria contábil e de licitações, contratadas para maquiar documentalmente a prática dos diversos ilícitos apurados. A operação se desenvolveu com o efetivo operacional da PRF, que reforça o estado baiano na Operação Lábaro 2019.

Além da PRF, a ação contou com o apoio da Coordenadoria de Segurança Institucional e Investigação (CSI) e do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Proteção à Moralidade Administrativa (Caopam) e de promotores de Justiça da Bahia, que atuaram no cumprimento dos mandados.

Durante dois anos, as investigações contaram com a colaboração da Coordenação de Computação Forense do Departamento de Perícia Técnica do Estado da Bahia, da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia, da Receita Federal em Itabuna e Ilhéus, do Banco do Brasil, do Tribunal de Contas dos Municípios, da Central de Apoio Técnico do MP, da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), da JUCEB e de outros órgãos. Foram apreendidos diversos documentos e objetos, como celulares e computadores. As pessoas foram ouvidas pelo Ministério Público e encaminhadas pela PRF à Delegacia Judiciária local.