O presidente Jair Bolsonaro registrou uma leve melhora nos seus números de popularidade na Bahia, revelou uma nova rodada de pesquisas promovida pelo Grupo A TARDE e o Instituto Data Poder360, núcleo de pesquisa do jornal digital Poder 360.
A avaliação positiva do presidente Bolsonaro subiu de 22% para 27% em 15 dias e a negativa oscilou de 53% para 50% agora. Quando se considera apenas Salvador, a avaliação positiva de Bolsonaro caiu de 23% para 19%.
Essa última pesquisa do Data Poder 360/ A TARDE foi realizada nos últimos dia 6 e 8 de julho e ouviu 2,5 mil pessoas em 180 municípios baianos. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Há um mês, no dias 8 e 10 de junho, 52% consideravam o desempenho de Bolsonaro ruim/péssimo, enquanto 27% avaliam como ótimo/bom, 20% consideravam regular e 6% não souberam. Já na pesquisa realizada entre 22 e 24 de junho, os percentuais eram bem parecidos – 53% avaliavam o presidente como ruim/péssimo, 22% ótimo/bom, 19% regular e 6% não souberam.
Na mais recente ocorreu uma oscilação maior – 50% dos entrevistados consideram o desempenho de Bolsonaro ruim/péssimo, enquanto 27 avaliaram como ótimo/bom e 18% regular. Outros 5% não souberam.
Quando o questionamento é se Bolsonaro deveria continuar presidente, o percentual tem uma oscilação ainda maior nas últimas três pesquisas. Há um mês, 62% dos baianos consideravam que ele deveria sair do governo contra 59% há 15 dias e 53% agora.
Na Bahia, a desaprovação a Bolsonaro é maior na faixa que ganha mais de 10 salários mínimos – 69% consideram o desempenho do presidente ruim/péssimo, contra 25% que avaliam como ótimo/bom.Quem ganha entre dois e cinco salários mínimos o percentual ótimo/bom vai para 38%, enquanto o de ruim/péssimo cai para 47%.
Entre cinco e dez salários mínimos o ruim/péssimo gira em torno de 58% e o de ótimo/bom vai para 23% – mesmo percentual do segmento dos brasileiros que ganham menos de dois salários mínimos. Nessa faixa de renda, 53% dos brasileiros avaliam o presidente como ótimo/bom.
No Brasil, a pesquisa DataPoder360 confirma a tendência de estabilidade na política nacional observada nas últimas rodadas do projeto. O percentual de brasileiros que avalia o governo Bolsonaro de maneira negativa oscilou para baixo, chegando a 46%. Outros 29% dos entrevistados avaliam o governo como ótimo ou bom e 20% avaliam como regular, mesmos números de 15 dias atrás.
As regiões Norte e Centro-Oeste continuam sendo as áreas geográficas mais simpáticas ao governo
Bolsonaro. A avaliação positiva do trabalho do presidente chega a 37% no Centro-Oeste e a 40% no
Norte. Já os habitantes da região Nordeste, pessoas com nível de instrução até o ensino superior e que recebem de 5 a 10 salários mínimo são os que mais rejeitam o presidente.
Para o cientista político Rodolfo Costa Pinto, diretor do DataPoder360, a tendência observada nessas últimas pesquisas é de uma estabilização dos números. “A pesquisa feita entre 6 e 8 de julho mostra que há pouco espaço para mudanças bruscas na opinião publica. Mas sempre existem variações que são difíceis de prever”, explicou Costa Pinto.
De acordo com ele, o impacto desses aparentes grandes fatos da política nacional, como a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, tem se mostrado limitado em termos da avaliação que a opinião pública faz sobre o governo. “Não só o caso Queiroz, mas fatos como a saída do ex-ministro Sergio Moro e a revelação do vídeo da reunião ministerial também pouco moveram as opiniões sobre o governo”, afirmou ele.
Para ele, o pagamento do auxílio emergencial a trabalhadores que perderam a renda durante a pandemia do novo coronavírus exerce uma
influência importante, mas não direta. “O auxílio permite que as pessoas sejam protegidas do desemprego e da pobreza. Isso as faz perceberem uma vida que poderia ser muito pior. Dessa forma, ele funciona como um mecanismo de barragem impedindo que a rejeição ao presidente suba muito, mesmo em um cenário de crise sanitária e econômica”, explicou.
A postura mais moderada do presidente, verificada desde a prisão de Fabrício, também pode gerar um efeito positivo na avaliação do cientista político. “A postura mais moderada tira Bolsonaro do foco constante em polêmicas, o que muda ao menos temporariamente a maneira pela qual parte da sociedade enxerga o presidente”, acredita.