Médica infectologista do hospital referência explica que a eficácia da imunização ocorre após 20 dias aplicação da segunda dose da vacina.

A enfermeira Maria Angélica de Carvalho Sobrinho, de 53 anos, primeira pessoa vacinada contra a covid-19 na Bahia, contraiu a doença antes de tomar a segunda dose do imunizante. Nesta terça-feira, 23, ela está internada no Instituto Couto Maia, em Salvador, e tem quadro clínico considerado estável.

A médica infectologista Ceuci Nunes, que é diretora geral do Couto Maia, referência em tratamento de doenças infectocontagiosas no Brasil, explica como é possível que Maria Angélica tenha se infectado com a covid-19 após ter tomado a 1ª dose.

“Não é à toa que a vacina são duas doses. Todas as vacinas, até o momento, a exigência é de duas doses. Exatamente porque na segunda dose se faz um reforço, aumenta a proteção. Claro que algumas pessoas já vão ter a proteção após a primeira dose, mas essa proteção pode não ser suficiente e a segunda dose é necessária”,explicou Ceuci.

Apesar de casos como o de Angélica serem pontuais, ainda não há vacina 100% eficaz contra o covonavírus, o que torna possível ser infectado com covid-19 mesmo após receber o imunizante.

O imunizante tomado pela enfermeira Maria Angélica foi CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e que é fabricada no Brasil pelo Instituto Butantan. Essa vacina tem eficácia geral de 50,38%, o que significa que o risco de pegar Covid-19 foi reduzido em 50%.

 

Depois que tiver a saúde restabelecida, Maria Angélica deverá tomar a segunda dose da vacina, para que seja reforçada a proteção contra o novo coronavírus.