A decisão foi anunciada pela Acelen, empresa que assumiu a gestão da Refinaria Mataripe, em comunicado para as distribuidoras de combustíveis.

O Sindicombustíveis Bahia informou nesta quarta-feira,15, o que muitos temiam. A empresa Acelen, que assumiu a gestão da Refinaria Mataripe, antiga Refinaria Landulpho Alves/RLAM, não vai praticar a redução de 3,13% no preço da gasolina, anunciada pela Petrobras, que passou a valer a nesta quarta-feira ,15. A decisão foi anunciada pela Acelen em comunicado para as distribuidoras de combustíveis.

A redução anunciada pela Petrobras só será praticada nas refinarias que ainda estão sob sua gestão.  Como a refinaria baiana foi privatizada, não mais pertencendo à estatal federal, a política de preço da Refinaria Mataripe será independente, o que mostra uma das consequências da privatização da RLAM. “O Sindicombustíveis Bahia reafirma que não interfere no mercado e respeita a livre concorrência”, disse a entidade em nota.

A Petrobras anunciou no último dia 30 a conclusão da venda da RLAM, localizada em São Francisco do Conde (BA), e seus ativos logísticos associados para o grupo Mubadala Capital, um fundo de investimentos dos Emirados Árabes. Após o cumprimento de todas as condições precedentes, a operação foi concluída com o pagamento de US$ 1,8 bilhão (R$ 10,1 bilhões*) para a Petrobras.

No mesmo dia do anúncio da conclusão da venda, o Sindicato alertou que a privatização da refinaria provocaria um aumento nos preços dos combustíveis. O Sindipetro embasa seu posicionamento em relação ao encarecimento do preço dos combustíveis em um estudo realizado pela  Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, encomendado pela Associação das Distribuidoras de Combustíveis – Brasilcom.

O estudo  avaliou a venda da RLAM e de outras cinco refinarias que estão à venda e apontou o risco para formação de monopólios regionais.

A RLAM, de acordo com os pesquisadores, é uma das refinarias da estatal que tem potencial mais elevado para formação de monopólios regionais, o que pode aumentar ainda mais os preços da gasolina, diesel e gás de cozinha, além do risco de desabastecimento, o que deixará o consumidor inseguro e refém de uma empresa privada.