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Em meio a confirmação de um caso do “mal da vaca louca” em um bovino, no Pará, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) negou, nesta quinta-feira, 23, o registro de uma ocorrência da doença em um homem, na cidade de Feira de Santana. De acordo com o órgão, o paciente, internado no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), recebeu diagnóstico de DCJ (Doença de Creutzfeldt-Jacob), mais conhecida como Doença Priônica.

Conforme a Sesab, o paciente, um homem de 59 anos sem comorbidades, foi admitido na unidade em 20 de janeiro com incoordenação para caminhar, alteração comportamental e de memória, alteração visual, movimentos anormais e crises convulsivas.

Diante da suspeita clínica, foram realizados diversos exames complementares, como ressonância magnética de crânio, eletroencefalograma e estudo do líquor com a pesquisa da proteína 14.3.3, que recentemente confirmaram a doença.

Considerada um quadro clínico grave e raro, a doença, que afeta uma em cada milhão de pessoas, teve cinco casos registrados na Bahia no ano passado, todos em residentes da capital.

A DCJ é uma doença priônica, ou seja, causada pela alteração da proteína priônica, que leva à formação de agregados insolúveis que afetam o cérebro e levam à degeneração neuronal. Em nota, a médica Renata Nunes, coordenadora do serviço de neurologia do HGCA, explicou que a forma esporádica da doença é a mais comum e não tem relação com o consumo de carne bovina.

“As outras formas incluem a hereditária, a iatrogênica (transmitida por alguns procedimentos neurocirúrgicos com material contaminado) e a variante bovina, que é a “Doença da Vaca Louca”. Independentemente da causa, a evolução clínica é muito semelhante, com rápida progressão da patologia e sem opções terapêuticas disponíveis”, explicou a médica.

Ela ainda acrescentou que infelizmente, a DCJ é uma doença sem cura e o tratamento consiste principalmente em aliviar os sintomas. Ao contrário do que muitos pensam, a DCJ não é uma doença contagiosa que pode ser transmitida pelo contato com a pessoa acometida.

“O eletroencefalograma do paciente já havia mostrado o padrão de alteração típico da doença, no entanto somente esta semana foi recebido o resultado do estudo do líquor, que confirmou o diagnóstico de DCJ. Infelizmente, como já mencionado, a doença não tem cura e a progressão é muito rápida”.

“Embora a DCJ seja uma doença rara, é importante destacar que é uma condição muito grave e que infelizmente não há muito que possa ser feito para tratá-la. A conscientização sobre a doença é importante para que as pessoas possam entender melhor o seu quadro clínico e os sintomas associados”, informou a médica.