‘Mãe Bernadete’, é ex-secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e líder da comunidade quilombola de Simões Filho.

Bernadete Pacífico, de 72 anos, liderança quilombola baiana e coordenadora da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), foi assassinada a tiros dentro da associação do Quilombo Pitanga dos Palmares, na noite desta quinta-feira, 17.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública da Bahia, dois homens, usando capacetes, entraram no imóvel onde estava a vítima, na cidade de Simões Filho, e efetuaram disparos com arma de fogo.

De acordo com o filho de Bernadete, Wellington dos Santos, em entrevista, na manhã desta sexta-feira, 18, a mãe foi assassinada com tiros no rosto.

“Minha família está sendo perseguida, meu irmão foi morto da mesma forma. Não vamos parar, quilombo sempre será resistência”, disse o filho da líder assassinada.

A SSP disse ainda que as polícias Militar, Civil e Técnica, após tomarem conhecimento do fato, iniciaram de imediato as diligências e a perícia no local para identificar os autores do crime. A secretaria ainda repudiou o crime.

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), disse que recebeu “com pesar e indignação” a notícia da morte de Mãe Bernadete, a quem chamou de “amiga e grande liderança quilombola da Bahia”. Ele ainda afirmou que determinou o deslocamento imediato das forças de segurança para o local e que elas sejam firmes na investigação.

Mãe Bernadete, como era conhecida, é ex-secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e líder da comunidade quilombola de Simões Filho.

De acordo com a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, criminosos invadiram o terreiro onde Bernadete estava. “O racismo religioso mata e produz violências reais”, escreveu a ministra.