Os quesitos capital humano, eficiência da máquina pública, inovação e potencial de mercado foram os que mais puxaram o estado para o final da lista, ficando a frente apenas de Roraima, Amapá e Acre.
A Bahia registrou a maior queda de desempenho no Ranking de Competitividade dos Estados, elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), e divulgado na quarta-feira, 23. Dos dez indicadores medidos no estudo, a Bahia só melhorou em dois e despencou da 17º posição, no ano passado, para o 24º lugar. Para além de fatores econômicos, os pilares analisados apontam para uma realidade difícil: a qualidade de vida no estado vem se degradando e é a pior do Nordeste.
A queda vertiginosa da Bahia em duas edições do ranking é explicada pela piora no desempenho em seis dos dez pilares analisados pelo estudo. Os quesitos capital humano, eficiência da máquina pública, inovação e potencial de mercado foram os que mais puxaram o estado para o final da lista, ficando a frente apenas de Roraima, Amapá e Acre. Ou seja, a Bahia tem a pior competitividade entre todos os estados na região NE. Para montar o ranking, o CLP utiliza 36 bases de dados de instituições como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Banco Central.
“O que chamou atenção é que a Bahia teve grandes quedas significativas. Foram 17 colocações em capital humano e cinco em eficiência da máquina pública. Mesmo o estado tendo melhorado em dois indicadores, eles não compensaram, o que explica a queda de sete posições”, analisa Lucas Cepeda, gerente de competitividade do Centro de Liderança Pública. O desempenho do estado foi tão ruim que cálculos precisaram ser refeitos porque pareceram equivocados inicialmente. “Essa grande volatilidade chama atenção”, pontua Cepede.
A falta de oportunidades está diretamente ligada à desigualdade social. O número de pessoas em situação de extrema pobreza na Bahia foi o sexto maior do país em 2021. Mais de 1,8 milhões de pessoas sobrevivem com menos de R$208,73 mensais.