O grupo invadia celulares das vítimas, induzidas a instalarem programas maliciosos, e fazia transferências das suas contas.
Um homem suspeito de ser um dos principais operadores de um esquema milionário de fraudes bancárias executado em todo o país, que teria movimentado R$ 90 milhões, foi preso nesta quarta-feira, 10, na cidade de Feira de Santana.
A prisão do suspeito, que não teve a identidade revelada, foi feita em ação realizada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco).
De acordo com o MP-BA, as equipes do Gaeco também cumpriram mandado de busca e apreensão na casa que o investigado mora.
A “Operação Fantasma” envolve o cumprimento de 34 mandados de prisão preventiva e 73 mandados de busca e apreensão em Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Bahia, Paraíba e Ceará.
Segundo o MP-BA, a investigação, que começou no final de 2022, após boletins de ocorrência relatarem a subtração de valores de contas bancárias, apontou que os investigados usavam aplicativos de gerenciamento remoto para controlar os celulares das vítimas e realizar transferências ilícitas de valores.
Como funciona o golpe
De acordo com o CyberGAECO, o golpe da “mão fantasma” acontece da seguinte forma:
1. Acesso à lista de correntistas
Primeiro, criminosos obtêm acesso a uma lista de correntistas de uma instituição financeira específica.
2. Disparo de mensagens de texto (SMS)
Em seguida, os criminosos enviam mensagens SMS para os correntistas, indicando uma compra fictícia e fornecendo um número de telefone 0800 para contato.
3. Simulação de central de atendimento
Assim que os correntistas ligam para o número 0800, os criminosos simulam estar em uma central de atendimento da instituição financeira. Eles induzem as vítimas a realizarem transferências ilícitas ou a instalarem softwares de controle remoto em seus dispositivos.
4. Controle Remoto dos dispositivos
Com acesso remoto aos dispositivos das vítimas, os criminosos inventam histórias sobre a necessidade de um escaneamento e solicitam que as vítimas virem a tela do smartphone para baixo. Enquanto isso, eles realizam transferências das contas das vítimas.