O oeste africano responde por cerca de 70% da produção de cacau no mundo. Mas problemas climáticos e perdas relacionadas com doenças fúngicas derrubaram a oferta na Costa do Marfim e em Gana, os dois maiores fornecedores mundiais.
O cacau registrou forte alta pelo segundo dia consecutivo na bolsa de Nova York. Nesta terça-feira, 20, os contratos com entrega para dezembro fecharam em alta de 4,12% (ontem a valorização foi de 3,54%), negociados a US$ 7.640.
À reportagem, Ricardo Gomes, agrônomo e gerente de Desenvolvimento Territorial do Instituto Arapyaú, disse que devido à escassez de cacau no mundo, os preços podem subir ainda mais no mercado externo.
“As cotações vão ficar nesse patamar entre US$ 7 mil e US$ 9 mil, pois ainda não temos áreas para substituir o que deixou de ser produzido na África. As áreas tradicionais de produção estão exauridas e não houve investimento para recuperação das árvores”, afirma Gomes.
O oeste africano responde por cerca de 70% da produção de cacau no mundo. Mas problemas climáticos e perdas relacionadas com doenças fúngicas derrubaram a oferta na Costa do Marfim e em Gana, os dois maiores fornecedores mundiais.
Ainda de acordo com ele, para que haja alguma acomodação nos valores futuros, é necessário que outras regiões no mundo tenham condições de atender a demanda pelo produto. Nesse sentido, o Brasil pode contribuir para o fim de um quadro deficitário no futuro.
“O Brasil tem um grande potencial de produção, podendo sair de 220 mil toneladas para algo em torno de 1 milhão em pelo menos cinco anos”, observa.
Por fim, as condições climáticas na Costa do Marfim ajudam a alimentar a valorização em bolsa. Até o último dia 11/8, a precipitação média acumulada em 30 dias no país somava 30,2 milímetros, menos da metade da média dos últimos dez anos, de 74,9 milímetros, segundo números compilados pelo Centro de Inteligência de Mercado da Stonex.