O país é o maior produtor de cacau do mundo e atualmente enfrenta uma queda significativa na produção do fruto.
A Costa do Marfim, o maior produtor de cacau do mundo, anunciou um aumento de 20% no preço fixo pago aos agricultores para a principal safra da temporada 2024/25. O novo valor estabelecido é de 1.800 francos CFA (equivalente a 3,09 dólares) por quilo, de acordo com o ministro da Agricultura do país, Kobenan Kouassi Adjoumani. A temporada de cacau teve início em 1º de outubro, trazendo um alívio aos produtores que enfrentaram uma safra difícil no último ano.
A decisão de elevar o preço foi motivada, em parte, por uma queda expressiva na produção de cacau. O ministro destacou que a temporada 2023/24 foi marcada por uma redução de 25% na produção de cacau na África Ocidental, incluindo a Costa do Marfim. Essa queda afeta não só a oferta global, mas também os meios de subsistência de milhões de pequenos agricultores, que dependem da venda do cacau como principal fonte de renda.
O aumento no preço ao produtor foi seguido por Gana, o segundo maior produtor de cacau do mundo, que também implementou um ajuste significativo. No início de setembro, Gana elevou seu preço ao produtor em quase 45%, para 48.000 cedis (cerca de 3.043,75 dólares) por tonelada métrica. Essa coordenação entre os dois maiores produtores tem como objetivo fortalecer o setor e garantir melhores condições para os agricultores, que enfrentam desafios relacionados ao clima e aos preços internacionais.
Além do aumento no valor pago pelo cacau, o governo marfinense anunciou um novo preço mínimo garantido para os cafeicultores, estabelecido em 1.500 francos CFA (2,57 dólares) por quilo, um incremento significativo em relação aos 900 francos CFA da temporada anterior. Esta medida visa incentivar a produção e garantir uma renda mínima para os produtores, em um esforço para mitigar os impactos das condições adversas da última temporada.
A produção de cacau é vital para a economia da Costa do Marfim e de Gana, respondendo por uma significativa parcela das exportações e gerando milhões de empregos diretos e indiretos. No entanto, os produtores frequentemente enfrentam desafios relacionados à volatilidade dos preços internacionais, mudanças climáticas, e práticas de comércio que muitas vezes não beneficiam adequadamente quem está na base da cadeia de produção.
O aumento dos preços ao produtor é uma tentativa de proteger os agricultores contra essas adversidades e assegurar que eles recebam uma compensação justa por seu trabalho. Ao coordenar políticas de preços, a Costa do Marfim e Gana buscam também exercer maior controle sobre o mercado global de cacau, promovendo uma estabilização que possa beneficiar seus respectivos setores agrícolas.