Reitera que não é obrigatória e que paciente se responsabilizará
O presidente Jair Bolsonaro disse nessa 2ª feira (14.dez.2020) que vai assinar uma medida provisória liberando R$ 20 bilhões para a compra de vacinas contra a covid-19.
Ao conversar com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, o presidente voltou a dizer que o governo não se responsabilizará por possíveis efeitos colaterais do imunizante.
“Eu devo assinar amanhã [3ª feira, 15.dez.2020] a MP de R$ 20 bilhões para comprar vacina. [A vacinação] Não é obrigatória. Vocês vão ter que assinar o termo de responsabilidade se quiserem tomar. A Pfizer é bem clara no contrato: ‘Não nos responsabilizamos por efeito colateral’”, falou Bolsonaro.
“Tem gente que quer tomar, então toma. A responsabilidade é sua. Para quem está bem fisicamente, não tem que ter muita preocupação. A preocupação é o idoso, quem tem doença.”
Bolsonaro criticou hospitais que deixaram de atender casos não relacionados ao novo coronavírus.
“Teve hospital que foi fechado só para atender o covid, não fez mais nada. Quem tinha problema e podia ter detectado um câncer precoce está numa situação agora que não adianta mais fazer quimioterapia”, disse.
O Ministério da Saúde assinou na última 4ª feira (9.nov.2020) um memorando de entendimento para a compra de 70 milhões de doses da vacina anticovid-19 da farmacêutica Pfizer, dos Estados Unidos.
Segundo o secretário-executivo do ministério, Elcio Franco, o cronograma define a entrega de 8,5 milhões de doses no 1º semestre de 2021 e de 61,5 milhões no 2º semestre.
A assinatura do memorando é a 1ª fase para a compra da vacina. O valor do acordo não foi informado.
O Brasil já tem memorandos assinados com o Instituto Butantan e a Sinovac (China), e com a AstraZeneca e a Universidade de Oxford (Reino Unido). Outras doses poderão ser adquiridas via consórcio internacional Covax, liderado pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
PLANO DE VACINAÇÃO DO GOVERNO
O plano nacional de vacinação contra a covid-19 elaborado pelo governo federal foi divulgado no último sábado (12.dez.2020).
Sem apresentar datas, o plano prevê aplicações em 4 fases, a começar por trabalhadores de saúde, pessoas de 75 anos ou mais, indígenas e aqueles com 60 anos ou mais que estejam em instituições (como lares para idosos).
Eis os detalhes estipulados para cada etapa:
- Fase 1: serão 29,9 milhões de doses. Recebem a vacina trabalhadores de saúde, pessoas de 75 anos ou mais, indígenas e aqueles com 60 anos ou mais que estejam em instituições (como lares para idosos);
- Fase 2: serão 44,8 milhões de doses. Para pessoas de 60 a 74 anos;
- Fase 3: serão 26,6 milhões de doses. Etapa voltada para pessoas com comorbidades como Diabetes mellitus; hipertensão; doença pulmonar obstrutiva crônica; doença renal; doenças cardiovasculares e cerebrovasculares; indivíduos transplantados de órgão sólido; anemia falciforme; câncer e obesidade grave;
- Fase 4: serão 7 milhões de doses. A vacina será aplicada em professores, profissionais da saúde, segurança, salvamento e do sistema prisional.