No último dia 27 de fevereiro, produtores de cacau de Ilhéus e região, protestaram no Porto de Ilhéus contra a importação de amêndoas oriundas da África, sem seguir exigências fitossanitárias de precaução na entrada de pragas, doenças e também a falta de valorização do cacau que é fonte de geração de emprego e renda.
Em reunião na última terça-feira, 14, a Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) discutiu a possibilidade de flexibilizar o controle sanitário do cacau importado de dois países da África: Costa do Marfim e África do Sul. Ainda no encontro, foi definido o convite para que a Associação Nacional dos Produtores de Cacau (ANPC) e a Associação dos Cacauicultores do Espírito Santo (Acau) participem das próximas discussões e apresentem a relevância da ideia.
A demanda quanto às mudanças das regras de importação partiu da própria ANPC, conforme informou Lucas Scaramussa (Podemos), que preside a Comissão. O debate fica centrado na Instrução Normativa (IN) 125, implementada pela Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
“Esse assunto já vem sendo extremamente debatido no Congresso Nacional desde o ano passado e começou a ser debatido aqui nesta Casa, no Espírito Santo. A ANPC e a Acau solicitaram um momento conosco”, disse Scaramussa. Em fevereiro, o deputado usou a defendeu a produção do cacau no estado e frisou a necessidade de mais políticas voltadas à atividade.
O Espírito Santo é o terceiro maior produtor de cacau no Brasil, com dez mil quilos por ano. O cultivo do cacau ocupa 17 mil hectares de área plantada no Estado, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No ano passado, dos 78 municípios capixabas, 53 deles possuíam produtores de cacau. O município com a maior área plantada é Linhares, contudo, também se destacam São Mateus, Colatina, e João Neiva, todos juntos equivalem a aproximadamente 93% da área cultivada no Espírito Santo.