A nova lei da UE, que entra em vigor no final de 2024, exige que os produtos agrícolas não sejam cultivados em terras desmatadas após 2020.
A União Europeia (UE) está preocupada com o lento progresso da Costa do Marfim na implementação de medidas de sustentabilidade para o cacau, o que pode colocar em risco o acesso do país ao seu principal mercado. A nova lei da UE, que entra em vigor no final de 2024, exige que os produtos agrícolas não sejam cultivados em terras desmatadas após 2020.

A Costa do Marfim, o maior produtor e exportador mundial de cacau, envia cerca de 70% de sua produção anual para a UE. Em março, o país lançou uma estratégia nacional de cacau sustentável (SNCD) para atender aos requisitos da UE. No entanto, o ritmo dos progressos desde então tem sido lento, causando preocupação na UE.

Se a Costa do Marfim não cumprir o prazo, seus operadores e comerciantes de cacau serão submetidos a verificações extras, criando gargalos e dificultando o acesso ao mercado europeu.

Um dos principais desafios é a implementação de um sistema de cartão eletrônico para rastrear os grãos das plantações até o porto de exportação, confirmando sua origem e garantindo que os agricultores recebam o preço justo. Cerca de metade dos 1 milhão de cartões necessários ainda precisa ser distribuída aos agricultores.

Outro desafio é a introdução de um sistema de certificação que documente a origem exata de cada lote de cacau, conforme exigido pela UE. O governo da Costa do Marfim estima que a implementação dessas e de outras medidas de sustentabilidade custará cerca de US$ 692 milhões, e busca metade desse valor de doadores, da indústria do cacau e de empresas de chocolate.

É crucial que a Costa do Marfim acelere seus esforços para atender aos requisitos da UE e garantir o acesso ao seu principal mercado de cacau. O sucesso da estratégia nacional de cacau sustentável (SNCD) é fundamental para a economia do país e para o futuro do setor de cacau.