Outro ponto de destaque é a proporção global de estoques/moagem de cacau, projetada em 27,0% para 2023/24, marcando o nível mais baixo em 46 anos.
Na última sexta-feira, os dados divulgados pela International Cocoa Organization (ICCO) trouxeram uma nova onda de preocupações ao mercado global de cacau. A organização revisou para cima a estimativa de déficit global para a safra 2023/24, que agora está em -478.000 toneladas métricas (MT), o maior registrado em mais de seis décadas. A revisão anterior, feita em maio, apontava para um déficit de -462.000 MT.
Além disso, a produção mundial de cacau também foi revisada para baixo. A ICCO agora prevê uma produção de 4,380 milhões de toneladas métricas (MMT), uma queda significativa de 13,1% em comparação ao ano anterior e inferior à projeção de maio, que era de 4,461 MMT.
Outro ponto de destaque é a proporção global de estoques/moagem de cacau, projetada em 27,0% para 2023/24, marcando o nível mais baixo em 46 anos. Este indicador, crucial para a saúde do mercado, reflete a escassez de cacau disponível em relação à demanda.
A situação se agrava ainda mais com os problemas climáticos na Costa do Marfim, maior produtor mundial de cacau. Chuvas intensas recentes resultaram em uma alta taxa de mortalidade de brotos de cacau, o que pode comprometer severamente a safra temporã. Isso levanta preocupações sobre o impacto prolongado do clima nas colheitas futuras e na recuperação do mercado.
As informações da ICCO deram impulso aos preços futuros do cacau, que já vinham subindo ao longo do ano devido às preocupações climáticas e à redução dos estoques. Analistas alertam que, caso a tendência atual persista, consumidores e indústrias poderão enfrentar preços ainda mais altos para produtos derivados do cacau, como chocolates.
O déficit recorde e os desafios climáticos reforçam a necessidade de medidas que aumentem a resiliência da produção global de cacau, destacando a importância de práticas agrícolas sustentáveis e inovação no setor.