Candidato usou o Twitter para se manifestar após ter sido esfaqueado em Minas Gerais.
“Estou bem e me recuperando”, disse. Depois, em outro tweet, Bolsonaro agradeu à família e aos médicos.
Bolsonaro foi internado na manhã desta sexta no Hospital Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo. A transferência de Bolsonaro da Santa Casa de Juiz de Fora para o centro médico da capital paulista foi decidida pela família após médicos avaliarem o estado de saúde dele como “extremamente estável”.
A cúpula do Einstein considerou que a transferência correu bem. Os principais riscos que serão monitorados são o de pneumonia – porque o candidato ficou muito tempo em choque e perdeu cerca de dois litros de sangue – e o de infecção – por causa do vazamento de massa fecal na cavidade abdominal.
A previsão do período de internação é de sete a dez dias. A retomada das atividades só deve ocorrer em 20 dias. Boletim médico divulgado às 14h20 desta sexta diz que Bolsonaro passou por exames e está em boas condições clínicas.
Mais cedo, outro boletim do hospital informava que Bolsonaro deu entrada às 10h43 no Albert Einstein e foi levado à Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O candidato “passará por exames e uma avaliação médica realizada por equipe multidisciplinar”, dizia o boletim, assinado pelo diretor superintendente do hospital, Miguel Cendoroglo.
Apoiadores do candidato ficaram na porta do hospital aguardando a chegada da ambulância. “Eu amo ele”, disse a professora Luci do Vale Rocha, de 60 anos. Acompanhada da amiga Valeria de Oliveira, aposentada de 71 anos, ela vestia camiseta com foto de Bolsonaro e carregava uma bandeira do Brasil.
Pós-operatório
Bolsonaro estava internado na Santa Casa de Juiz de Fora, em Minas Gerais, onde passou por uma cirurgia após o ataque (entenda o procedimento ao final da reportagem).
O médico do Albert Einstein que foi a Juiz de Fora e o acompanhou durante o voo, o gastroenterologista Antonio Luiz de Vasconcellos Macedo, gravou um vídeo em que elogiou a equipe da Santa Casa.
“Chegando lá, encontrei o candidato excelentemente atendido pela equipe do doutor Eduardo, da UTI, que devem ser parabenizados. Uma cirurgia muito bem feita, de alta complexidade, pelo doutor Luiz Henrique, brilhante cirurgião de Juiz de Fora. Ou seja, um tratamento perfeito”, disse.
“O deputado já estava acordando, já estava bem consciente, ele recebeu pouca transfusão de sangue em função do grave sangramento que ele teve. E hoje, apresentando melhora, nós optamos, juntamente com a equipe de Juiz de Fora, trazê-lo para cá e vamos continuar o tratamento dele no Hospital Israelita Albert Einstein”, acrescentou.
Segundo médicos ouvidos pela reportagem, o candidato está “extremamente estável”, e não havia risco para a transferência. Por isso, a família de Bolsonaro decidiu pela internação no Einstein.
Em um vídeo gravado na Santa Casa de Juiz de Fora e divulgado pelo site “O Antagonista” e nas redes sociais pelo senador Magno Malta (PR), Bolsonaro diz que nunca fez mal a ninguém e que se preparava para os riscos da campanha eleitoral.
“Até o momento, Deus quis assim. Eu me preparava para um momento como esse porque você corre riscos. Mas, de vez em quando, a gente duvida, né! Será que o ser humano é tão mau assim? Nunca fiz mal a ninguém.
Agressor preso
No momento em que foi esfaqueado, Bolsonaro fazia corpo a corpo com eleitores de Juiz de Fora na região do Parque Halfeld. O suspeito de atacar o candidato foi identificado pela PM como Adélio Bispo de Oliveira, de 40 anos.
O agressor foi preso na delegacia da Polícia Federal em Juiz de Fora, onde confessou o crime. Ele foi transferido para o Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Juiz de Fora por volta das 2h30. A PF investiga a participação de um segundo suspeito no ataque ao candidato.
O advogado de Adélio, Pedro Augusto Lima Possa, disse que seu cliente assumiu a autoria do atentado, e que ele agiu por “motivações religiosas, de cunho político”. “Ele não tinha intenção de matar, em momento algum. Era só de lesionar”, disse Possa.
O agressor é formado em pedagogia. Atualmente, não há registro de filiação partidária dele, mas Oliveira foi filiado ao PSOL entre 2007 e 2014. Ele tem passagem na polícia em 2013 por lesão corporal.
A executiva do PSOL em Minas Gerais confirmou que o agressor foi filiado ao partido no passado e divulgou nota repudiando o ataque e cobrando uma investigação.