Foi lançada esta semana, pelo Ministério da Saúde, uma campanha para incentivar a vacinação de crianças e adolescentes na faixa etária dos 9 aos 14 anos contra o Papilomavírus Humano (HPV). De acordo com o órgão, a projeção é de que mais de 20 milhões de pessoas procurem os postos de saúde para receber a vacina.
O governo espera vacinar 9,7 milhões de meninas de 9 a 14 anos e 10,8 milhões de meninos entre 11 e 14 anos. Para que a vacinação deste público alvo fosse garantida, o Ministério da Saúde investiu um montante de R$ 567 milhões na aquisição de 14 milhões de doses em todo o País.
Na Bahia, de acordo com informações da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), a expectativa é de que mais de 1,5 milhão de crianças e adolescentes sejam vacinados. Destas, 924.352 meninas e 693.034 meninos.
Desde a incorporação da vacina contra o HPV no Calendário Nacional de Vacinação há cinco anos, aproximadamente 4 milhões de meninas buscaram as Unidades Básicas de Saúde (UBS), o equivalente a 41,8%. Já entre os meninos, incluídos na campanha apenas ano passado, 2,6 milhões foram vacinados (35,7% do total estimado).
Principal causa do câncer de colo de útero
O HPV é responsável por 99% dos casos câncer de colo de útero, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o terceiro mais frequente entre as mulheres no Brasil, e quarto que mais mata, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Contudo, é um dos únicos que podem ser prevenidos com a vacina.
Um dos métodos mais eficazes para identifica-lo é por meio do exame Papanicolau. “Essa infecção persiste e pode modificar o ciclo de sobrevivência celular, transformando assim células sadias em células cancerosas. O teste do Papanicolau procura justamente detectar as lesões pré-malignas ou iniciais dessa doença”, explicou Dra. Aknar Calabrich, oncologista da Clínica AMO.
No mundo, segundo o Ministério, dos 2,2 milhões de tumores provocados por vírus e outros agentes infecciosos, 640 mil são causados pelo HPV. O vírus pode causar, inclusive, câncer anal, de pênis, vagina e orofaringe. Segundo o órgão, a vacina utilizada no Brasil previne, respectivamente, 90%, 63%, 70% e 72% dos novos casos.
De acordo com Rosana Almeida, ginecologista da clínica de qualidade de vida e longevidade Cisviver, uma das principais importâncias na vacinação é evitar o agravamento da lesão. “Existe uma progressão lenta, mas existe. Ela não evoluirá no quesito tamanho, mas pode ficar cada vez mais séria. Tudo depende do comportamento biológico do tumor”, disse.