Por Marcus Paulo

Em julho deste ano, a Fundação Hospitalar da Mata Atlântica realizou no distrito Camacaense de Leoventura,  a edição inaugural do projeto “Fundação Itinerante”, que  leva atendimento médico através das feiras de saúde a diversos locais do município e às  cidades da região. De lá para cá, já são 12 ações realizadas com procedimentos como ecocardiograma, doppler de carótidas, teste rápido para sífilis, hepatite B e C, e, HIV, ECG, USG, exames laboratoriais, orientação a gestantes  e encaminhamento para endoscopia  digestiva, colonoscopia e  raio x.

“De fato, fomos eficazes com a ampliação das feiras, o que gerou um impacto real nos atendimentos”  – Dr. Almir Gonçalves

Segundo a Fundação, entre setembro e outubro houve uma intensificação das feiras para diminuir a ‘demanda reprimida’. Em Camacã, foram atendidos os distritos de Jacareci, Panelinha  e Leoventura ( 2 vezes),  os bairros da Portelinha e Cidade Alta, o Assentamento Nova Ipiranga, além, do município de Pau Brasil. A entidade afirma que em cada ação, são atendidos cerca de 400 pacientes. Outro ponto destacado pela FHMA, é que as feiras evitam que as pessoas precisem se deslocar de suas comunidades até o hospital.

Dr. Almir com o secretário de Saúde de Camacã, Dr. Wilson Maione, durante uma feira

 

“Sabemos que há uma dificuldade dos prestadores de serviço das cidades da região, o que acaba gerando uma grande demanda para a Fundação. Então, estamos ampliando os atendimentos, levando os serviços de saúde às comunidades, expandido e aumentando a assistência. De fato, fomos eficazes com a ampliação das feiras, o que gerou um impacto real nos atendimentos”, avaliou Dr. Almir Gonçalves, superintendente médico da Fundação.

“Meu filho tem um problema sério de coração e sofre de arritmia cardíaca. Temos mais um ano tentando fazer esse exame. Tem também a questão financeira de ir para Itabuna,  pagar pelo exame, transporte, alimentação. Teve outro exame que também era caro e conseguimos fazer hoje aqui nessa feira de Panelinha. Se não conseguisse aqui, não sei quanto tempo mais ficaríamos nesse sofrimento”, disse  Dona Edigleide Santos, mãe do jovem Gabriel.

Dona Edigleide com seu filho Gabriel, que foram atendidos na Feira de Saúde de São João do Panelinha, no último dia 12

Zerar metas

Outro ponto destacado pelo médico, é que a Fundação passou a conhecer melhor a realidade da população. “Também ampliamos o contato com a Enfermeira Luciene, que é a reguladora da Prefeitura de Camacã e que vem nos passando as demandas da população local. Até fizemos um compromisso informal que é de tentar zerar os atendimentos acumulados de Camacã até o Natal. Esperamos terminar o ano zerando essa demanda ambulatorial. Vamos procurar chegar o mais próximo possível dessa meta, mostrando que, independente da tabela do SUS, é possível e é real. Lembrando que somos a única entidade da região que não tem nenhum valor pré-fixado. Só recebemos por cada paciente atendido. Se atendermos um, receberemos somente por um”.

Expansão de especialidades e reabertura do AMEC

Almir enumera que em  2017 a FHMA atendeu pacientes de 103 cidades da região, sendo  que 70% dos atendimentos ambulatórias e de cirurgias são de pessoas de Camacã. “Mas, não podemos deixar a população do CIMA – Consórcio Intermunicipal da Mata Atlântica e demais cidades desassistidas. A partir de 2019, com a expansão da Fundação e com a reabertura do Hospital AMEC, esperamos poder trazer  procedimentos  que não conseguimos fazer em Itabuna e Ilhéus, como cirurgias urológicas, ortopédicas e pediátricas. Vamos tentar trazer essas especialidades para Camacã. Fortalecendo a saúde do município e do CIMA”, anunciou.