Na última safra, os agricultores enfrentaram dificuldades, pois o aumento do preço pago ao produtor não acompanhou o crescimento dos preços globais. 

O governo de Gana, por meio do ministro da Agricultura, anunciou um aumento histórico de quase 45% no preço mínimo pago aos produtores de cacau, uma medida que visa aumentar os rendimentos dos agricultores e reduzir o crescente contrabando de grãos para países vizinhos. O novo preço, que passou a vigorar oficialmente na quarta-feira, 11 de setembro de 2024, reflete o compromisso do país com a estabilização do setor do cacau e o incentivo à produção local.

O preço por tonelada métrica de cacau para a safra 2024/25 foi ajustado de 33.120 cedis para 48.000 cedis (cerca de 3.070 dólares), em linha com as previsões feitas pela Reuters no início deste mês. O ministro da Agricultura, Acheampong, ressaltou que essa medida sem precedentes visa sustentar o setor, ao mesmo tempo em que protege os agricultores de uma economia informal de contrabando, que tem se tornado cada vez mais sofisticada e atraente para muitos produtores de cacau.

Na última safra, os agricultores enfrentaram dificuldades, pois o aumento do preço pago ao produtor não acompanhou o crescimento dos preços globais, o que levou muitos a vender suas colheitas para redes de contrabando que ofereciam preços mais altos. Esse desequilíbrio prejudicou o COCOBOD, órgão regulador do cacau em Gana, e impactou negativamente os rendimentos dos produtores formais.

De acordo com analistas do setor, o aumento atual no preço pago ao produtor ainda não reflete totalmente o valor de mercado global. Um gestor de fundos de hedge especializado em cacau comentou que o novo preço implica um valor de mercado de cerca de 4.715 dólares por tonelada métrica de cacau ganense, enquanto, em Gana, os futuros estão sendo negociados a cerca de 10.000 dólares por tonelada. Ele observou que, apesar do aumento, “veremos muito contrabando”, sugerindo que o COCOBOD continua a depender dos agricultores para absorver parte das perdas e lidar com os desafios financeiros.