A carta destacou que a Europa “não pode se dar ao luxo de ficar para trás” na busca pela neutralidade climática. No entanto, a organização pede mais tempo para a adaptação à nova legislação.

A Associação Europeia do Cacau (ECA) juntou-se a outros setores da indústria ao solicitar o adiamento da implementação dos regulamentos da União Europeia sobre desmatamento, o EUDR (Regulamento da UE sobre Desmatamento), que visa combater o desmatamento em cadeias de suprimentos de produtos como cacau e óleo de palma. A ECA expressou preocupações de que a medida possa prejudicar a competitividade do setor e criar divisões no mercado de cacau.

Em uma carta dirigida à presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, a ECA destacou que a Europa “não pode se dar ao luxo de ficar para trás” na busca pela neutralidade climática. No entanto, a organização pede mais tempo para a adaptação à nova legislação. A carta faz coro a um apelo semelhante feito pelo chanceler alemão Olaf Scholz, que também pediu o adiamento da implementação do EUDR, atualmente previsto para o final de 2024.

Além da Europa, países produtores de cacau como Costa do Marfim, Brasil, Nigéria e Indonésia, além de associações comerciais, também pressionaram por mais tempo para cumprir as novas exigências. O regulamento impõe controles obrigatórios para empresas provarem que seus produtos são “livres de desmatamento”, exigindo medidas de rastreamento e verificações rigorosas.

A principal preocupação desses países é que as exigências criem barreiras ao comércio, dificultando o acesso de seus produtos ao mercado europeu. Além disso, o impacto sobre trabalhadores agrícolas também foi levantado, com muitos temendo que as medidas resultem em uma cadeia produtiva mais cara e complexa.