“Deixaram a raposa entrar no galinheiro”, disse Francisco Wanderley Luiz, em uma publicações no Facebook, horas antes das explosões. Ele era de Santa Catarina e minutos antes, já havia detonado um carro com artefatos no estacionamento da Câmara dos Deputados.

Um homem de 59 anos morreu após tentar invadir o prédio do STF (Supremo Tribunal Federal) na noite desta quarta-feira, 13, com explosivos. Antes, ele detonou um carro com artefatos no estacionamento da Câmara dos Deputados.

O homem foi identificado e é Francisco Wanderley Luiz, de Santa Catarina. Nesta quarta, ele se aproximou da entrada do STF por volta das 19h30. Ao chegar perto da estátua da Justiça, ele ativou os artefatos. A explosão, ouvida dentro do prédio, ocorreu após o fim da sessão do plenário. O prédio foi evacuado.

A Polícia Federal informou que vai abrir um inquérito para apurar as explosões. Uma varredura será feita nos prédios da Câmara e do STF nesta quinta-feira, 14. As atividades devem ser retomadas a partir das 12h. O Senado Federal suspendeu os trabalhos.

Luiz era também o dono do carro encontrado no Planalto após as explosões. A governadora em exercício do DF, Celina Leão, não citou o nome dele, mas confirmou em coletiva à imprensa de que o homem morto é o dono do carro. “É o nome que está circulando na imprensa”, disse. Em Roma, na Itália, o governador Ibaneis Rocha (MDB) negou problemas na segurança e afirmou que “maluco tem em todo lugar”.

Luiz teria circulado pelo anexo 4 da Câmara durante o dia, segundo informação dada aos deputados pelo chefe de segurança da Casa. O local abriga a maioria dos gabinetes dos parlamentares. A entrada no prédio é liberada para qualquer pessoa.

Os visitantes precisam passar por um detector de metal, mas não há revistas.

Ele trabalhou como chaveiro e camelô. Em 2020, o suspeito informou também ser casado e ter ensino médio incompleto. Nas redes sociais, ele se apresentava como empreendedor, investidor e desenvolvedor.

Em publicações no Facebook, horas antes das explosões, Luiz falou em bombas na casa de lideranças políticas. “Cuidado ao abrir gavetas, armário, estantes, depósito de matérias etc.”, escreveu.

“Deixaram a raposa entrar no galinheiro”, disse o chaveiro ao postar uma suposta foto no plenário do STF.

A Corte informou que apura a data exata do registro e a veracidade da imagem.

A Câmara estava em votação no momento da explosão no estacionamento. Os deputados discutiam a PEC que amplia a imunidade tributária das igrejas. Com a notícia das explosões, parlamentares reclamaram da continuidade da sessão apesar da “banalização da violência e dos ataques de 8 de Janeiro”, em referência aos atos ocorridos também na Praça dos Três Poderes.