Enquanto os preços do cacau continuam sua trajetória ascendente, a preocupação permeia entre os fabricantes de chocolate: até quando essa tendência persistirá?
O mercado do cacau parece seguir um curso imprevisível, tentar entender essa dinâmica é uma tarefa desafiadora, e prever o futuro dos preços é um verdadeiro quebra-cabeça até mesmo para os especialistas mais experientes.
Recentemente, surgiram preocupações de que os preços do grão de cacau possam sofrer novos aumentos com a implementação do Regulamento Europeu de desmatamento (EUDR). Essa nova legislação exige a comprovação de que produtos como café, óleo de palma, carne bovina, borracha, soja, madeira e cacau sejam provenientes de áreas livres de desmatamento.
Previsto para entrar em vigor a partir de 30 de dezembro de 2024, espera-se que essa medida, resulte em custos mais elevados para produtos considerados de “alto risco”, em comparação com os de “baixo risco”.
Entretanto, o fabricante de produtos de cacau Barry Callebaut, não antevê uma continuidade da escalada nos preços. Durante a divulgação dos resultados semestrais da empresa em 2023-24, o CEO Peter Feld expressou sua expectativa de uma estabilização dos preços em um patamar ligeiramente inferior ao atual, embora ainda mais alto do que há seis meses.
Segundo alguns analistas, a possibilidade de os preços do cacau retornarem aos níveis observados no início de 2023 permanece incerta, especialmente se os fabricantes de chocolate persistirem na utilização da mesma quantidade de cacau em suas formulações.
Diversos fatores contribuíram para os aumentos nos preços do cacau, mas um dos mais preponderantes é o declínio estrutural de longo prazo na Costa do Marfim e em Gana. Esse declínio resulta de um estoque de árvores envelhecido e de rendimentos mais baixos de árvores infectadas com o Vírus do Broto Inchado do Cacau (CSSV), uma doença transmitida por insetos que causa danos severos às plantações.
Fonte: mercadodocacau
*Com informações Food.N