Além das condições climáticas, as projeções indicam uma possível queda no consumo de produtos feitos a partir do cacau, como o chocolate, o que também contribui para a recente queda nas cotações.

No mercado do cacau, os contratos com entrega em dezembro registraram uma leve queda de 0,35%, sendo negociados a US$ 7.122 por tonelada. Analistas destacam que essa retração está ligada a uma combinação de fatores climáticos e de consumo.

O clima nas áreas produtoras de cacau do oeste africano, principal região de cultivo, tem mostrado sinais de melhora, graças à transição esperada do fenômeno El Niño para La Niña. Cientistas da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) previram, em março, o rápido retorno do La Niña já para este verão, e as novas projeções continuam a apontar nessa direção.

Durante o La Niña, o clima no Oceano Atlântico se torna particularmente ativo com água quente e baixo cisalhamento do vento, fatores que beneficiam o desenvolvimento de tempestades e, por extensão, criam condições favoráveis para a produção de cacau na safra 2024/25, que será colhida a partir de outubro. Em contrapartida, no Oceano Pacífico, o alto cisalhamento do vento dificulta o desenvolvimento de furacões, reduzindo potenciais danos às plantações.

Além das condições climáticas, as projeções indicam uma possível queda no consumo de produtos feitos a partir do cacau, como o chocolate, o que também contribui para a recente queda nas cotações.

Apesar da queda atual nos preços dos contratos de dezembro, a expectativa de um clima favorável sob a influência do La Niña pode trazer boas notícias para os produtores de cacau, potencialmente resultando em uma safra robusta para 2024/25. No entanto, a recuperação dos preços dependerá também de um aumento na demanda global por produtos de cacau.