A avaliação do presidente Jair Bolsonaro se manteve relativamente estável na Bahia e em Salvador após a divulgação do vídeo da reunião ministerial no âmbito do inquérito que investiga se o chefe do Palácio do Planalto tentou interferir politicamente na Polícia Federal.

Arte: Ag. A TARDE
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Na Bahia, 28% definem como bom ou ótimo e 25% como regular, 43% avaliam o governo como ruim ou péssimo. No Brasil, 44% dizem que a administração é ruim ou péssima, 28% analisam como boa ou ótima e 23% como regular.

Na capital baiana, como apontado desde a primeira rodada do levantamento, Bolsonaro tem níveis piores de apoio. Conforme os dados mais recentes, são 55% de ruim ou péssimo, 20% de bom ou ótimo e outros 20% de regular.

Vídeo

Muito repercutido no noticiário nos últimos dias, o vídeo da reunião ministerial foi assistido por metade dos brasileiros. O sigilo da peça foi retirado pelo ministro Celso de Mello, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).

Conforme a pesquisa, disseram ter visto o vídeo inteiro ou em partes 51% dos brasileiros, 49% dos baianos e 53% dos soteropolitanos. Afirmaram que não assistiram a peça, mas ouviram falar sobre o assunto 36% dos brasileiros, 33% dos baianos e 31% dos soteropolitanos.

Arte: Ag. A TARDE
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Pelos números apresentados, o cientista político avalia que o vídeo pode ter causado um impacto relevante na opinião das pessoas sobre a questão do possível afastamento do presidente. No dia 13 de maio 52% dos brasileiros entrevistados disseram que as acusações do ex-ministro Sérgio Moro de suposta interferência na Polícia Federal não seriam motivo para tirar Bolsonaro do cargo. Agora, esse número caiu para 46%. Na Bahia, a queda foi de 43% para 39%. Em Salvador, houve a diminuição mais expressiva, de 36% para 29%.

“O mais interessante é notar que, entre as pessoas que assistiram ao vídeo, a maioria acredita que as acusações são sim motivo para tirar o presidente do cargo. Já entre quem não viu o vídeo, mas ouviu falar sobre o assunto, os números são diferentes”, acrescenta.

Entre os baianos que viram a peça, 46% acreditam que a suposta interferência apontada por Moro seria razão para o impeachment e 43% acham que não seria um motivo plausível. Já no grupo dos que não assistiram ao vídeo, 42% creem que isso não seria suficiente para o afastamento de Bolsonaro e 34% defendem que haveria razão para o impeachment.

No Brasil, considerado o grupo que assistiu ao vídeo, 48% acreditam que as acusações de Moro justificariam a saída de Bolsonaro do cargo e 44% não acham que isso justificaria o processo. Quando foram ouvidos aqueles que não viram a peça, 56% opinaram que não há razão para um impeachment com base nisso e 23% disseram que, sim, o proceso estaria bem embasado.

Arte: Ag. A TARDE
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Comportamento

Para quem assistiu ao vídeo da reunião ministerial, a pesquisa também questionou a opinião do entrevistado sobre o comportamento do presidente.

No encontro com os ministros, o presidente reclamou que não recebia informação da Polícia Federal e disse que já havia tentado “trocar gente da segurança nossa” no Rio de Janeiro, sem sucesso. “Eu não vou esperar f* a minha família toda, de sacanagem, ou amigos meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence a estrutura nossa. Vai trocar! Se não puder trocar, troca o chefe dele! Não pode trocar o chefe dele? Troca o ministro!”, disse.

Além disso, afirmou ter um sistema particular de informações que funciona, reclamou da pressão para revelar seus exames para o coronavírus e xingou os governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel.

Para 58% dos baianos, o presidente está errado, e segundo 26%, está certo. Outros 16% não opinaram. Entre os brasileiros, 46% reprovaram o comportamento de Bolsonaro, 32% apoiaram e 22% não responderam. Já em Salvador, 63% dos entrevistados criticaram o chefe do Palácio do Planalto, 19% concordaram com a atitude de Bolsonaro e outros 19% não se manifestaram.

 

 

Fonte: Ag. A TARDE