14 de junho de 2020
Fonte: joaocalazansfilho.com

 

Ainda não sabemos identificar ou diferenciar LIBERDADE de clausura.

Os efeitos pandêmicos já produzem substanciais alterações na forma de lidar com o HUMANO. Sendo o maior deles, a intolerância de mensurar atos, ações e diferentes comportamentos sócio-políticos que incidem diretamente em todas as vidas.

Humanamente é plausível ouvir o que todos gritam pela LIBERDADE, sabedores de ser um instrumento ou uma ferramenta capaz de trazer conforto espiritual e facilidades para que o corpo e a mente transijam. Todavia, um abismo se estende entre o verbo transigir e o substantivo respeitar.

As instituições democráticas estão funcionando bem, de maneira que ainda permite o HUMANO brasileiro a se manifestar abertamente em todas as esferas comunicativas ofertadas pelas redes sociais. Mesmo com toda essa liberdade de estender o seu pensamento a outros, ainda escutamos cantilenas reclamando de censura judicial onde não existe, a ponto de se perderem sobre o real significado da expressão LIBERDADE.

Só para relembrar a alguns brasileiros esquecidos, também aos desatentos, liberdade é o que poderemos chamar de a  independência legítima de um cidadão, povo ou nação, eleita como a expressão ideal. Caminhando pela via legal (leis do Código penal e civil, “trata-se do conjunto de direitos reconhecidos ao indivíduo, isoladamente ou em grupo, em face da autoridade política e perante o Estado; poder que tem o cidadão de exercer a sua vontade dentro dos limites que lhe faculta a lei”.

Mesmo com todas as informações disponíveis, setores da sociedade civil reclamam da “DITADURA” do judiciário pedindo intervenção Militar. Acredito que os cidadãos reclamantes estão todos cansados das redes sociais e, querem “dar um tempo”.

Esse dar um tempo, nada mais é, que se por acaso caíssemos em um regime de exceção o primeiro bem a ser retirado do cidadão seria a liberdade. Por conseqüência, as redes sociais seriam banidas para todos e, como alguns países de regime AUTOCRÁTICOS, somente alguns cidadãos com privilégios políticos e associados ao sistema teriam acesso a internet. Ferramenta essa, que muito importa e ajuda retirar pessoas da escuridão educacional e do abismo de miséria intelectual.

Ainda se falando em comunicação com forma libertária, o judiciário tenta normatizar o comportamento das pessoas nas redes, de maneira que os direitos sejam preservados e suas ações sejam equilibradas diminuindo destruições de reputações.

Não tem causa e efeito atacar problemas criados por pessoas, direcionando-os ás instituições. Por algumas centenas de vezes surgem manifestos clamando pela existência de eleições direta para ministros de tribunais superiores. Porque enquanto houver a ocupação de cargos por indicação política, a falácia estará instalada em todo sistema judiciário e não somente nas altas cortes.

A confusão reinada pelo direito e dever à liberdade de se expressar, geralmente desclassifica o autor e fere o leitor ou vice e versa. “A liberdade de expressão é a garantia e a capacidade dada a um indivíduo, que lhe permite expressar as suas opiniões e crenças sem ser censurado. Apesar disso, estão previstos alguns casos em que se verifica a restrição legítima da liberdade de expressão, quando a opinião ou crença tem o objetivo discriminar uma pessoa ou grupo específico através de declarações injuriosas e difamatórias”.

Pois bem! Temos DEMOCRACIA sim, com todas as suas imperfeições. Mas, se olharmos para o nosso comportamento, veremos que a democracia brasileira é extremamente parecida com todos nós brasileiros, que movidos por paixões, sacrificamos o estado nas escolhas esdrúxulas e sem fundamentos.

Gritamos para ter direito de FALAR MAL de alguém pela net, esquecendo no dever de gritar para que tivéssemos a opção de escolher melhor os nossos representantes, até porque eles são impostos por uma estrutura partidária espúria, criminosa e apátrida. Como não temos o direito de escolher em quem votar, o voto deveria ser facultativo tornando o pleito eleitoral mais justo. Entretanto, não vejo nenhum político levantando essa bandeira.

Perdemos a LIBERDADE de ser HUMANO, quando nos tiram a liberdade de escolher melhor os nossos representantes para cuidar da nação e consequentemente do POVO.

Ah! Quanto a LIBERDADE, a vida fica bem melhor com ela.