As áreas com maior risco de alagamento, transbordamento de rios e deslizamento de encostas são no Sul e Centro-Sul do Estado.

A chuva que atinge a Bahia há uma semana deixou pelo menos três mil pessoas fora de casa apenas do município de Prado, na Bahia, mas outros municípios também foram afetados e estão em processo de decretação de Estado de Emergência, afirma a Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec).

As áreas com maior risco de alagamento, transbordamento de rios e deslizamento de encostas são no Sul e Centro-Sul do Estado devido ao acumulado de chuvas, aponta o Centro Virtual para Avisos de Eventos Meteorológicos Severos do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

A prefeitura de Prado decretou situação de emergência no dia 21 por conta do impacto da chuva. Moradores da cidade contam que as ruas, sobretudo das regiões periféricas, estão alagadas e os residentes, desabrigados. Famílias que perderam as residências estão abrigadas em ginásios de colégios de Prado. Moradores têm se reunido para abrir valas em pontos da cidade para dar vazão à água. Em Cumuruxatiba, distrito de Prado, três casas desabaram e a enxurrada abriu ao meio parte da estrada principal da BA-001. A estrada litorânea, que dá acesso às comunidades da Paixão, Tororão e Cumuruxatiba está danificada em dois locais. Um na praia da Amendoeira, onde uma ponte caiu, e na região da praia do Tororão, onde a estrada também partiu ao meio.

O advogado Paulo Mascarenhas, 65, foi um dos que teve a casa atingida pela chuva. Por sorte, a tormenta causou apenas uma pequena infiltração na parede. Ele, que mora em Salvador e nasceu em Prado, retornou à cidade natal em 19 de novembro para reformar a casa. Mas depois do temporal, terá de atualizar a lista de consertos de novo.  “Quando cheguei aqui o tempo já estava chuvoso e desde então foi chuva todos os dias. Ano passado, no mesmo período, eu estava aqui e choveu muito, mas não nesse volume”, lembra.

Outras cidades do Sul registraram alagamentos, mas em gravidade menor. Em Teixeira de Freitas, três famílias estão abrigadas na escola do São Pedro, ponto de apoio para preparação de refeições e recebimento de donativos, após perderem suas casas. Camaçari, Canavieiras, Santa Cruz de Cabrália, Santa Luzia, Porto Seguro, Itanhém e Ibicaraí também foram atingidas.

Salvador também está na lista. Conforme Boletim de Solicitações da Defesa Civil (Codesal), há registro de oito ameaças de desabamento na capital em locais como Cidade Baixa, Liberdade, Cabula/Tancredo Neves e Centro/Brotas. Até às 20h30 de ontem, a Codesal havia registrado 22 ocorrências. O órgão também fez vistoria no Edf. Empresarial Cidade Jardim, constatando o desprendimento de placas metálicas que, segundo a administração do condomínio, foi causado pela chuva. Os maiores acumulados de chuva em Salvador foram registrados em Cajazeiras VIII – Mangueiras (39,6mm), Ilha dos Frades (35,2mm), Cajazeiras VIII (34,2mm), Nova Esperança (33,7mm) e Fazenda Coutos (33,4mm).