“O vírus gosta do clima tropical, de alta temperatura e tem todas as questões do armazenamento de água em casa, que ajuda a proliferar o mosquito”- Ceuci Nunes, infectologista e diretora do hospital Couto Maia.

Na Bahia, foram notificados 53.196 casos suspeitos, em 356 municípios, entre 2 de janeiro e 8 de outubro deste ano. Segundo números dos boletins epidemiológicos da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), esse número é superior em 46,8% ao ano de 2021, quando os casos notificados constavam em apenas 23.032, neste período.

Enquanto que na capital baiana a tendência de aumento também se repetiu. Dados da SMS mostram que no período de dois de janeiro a 17 de dezembro do ano passado, a pasta registrou 689 notificações em Salvador. Já em 2022, notificou 2002 casos da doença neste mesmo período, representando um aumento de 190%.

Das mais de 53 mil infecções no estado, 54,7% foram da dengue mais leve, denominada como dengue clássica, seguida por 0,7% de casos do estágio com sinais de alarme, 0,1% do nível mais grave e 39,8% casos inconclusivos. “Tem a questão individual [em relação ao tipo de dengue], mas tem também uma outra questão que é [o fato de ter] quatro tipos de vírus da dengue. Quem já teve dengue de um vírus e adquire outro, tem a possibilidade de ter quadros mais graves como a dengue hemorrágica”, afirma Ceuci Nunes, infectologista e diretora do hospital Couto Maia.

Para a infectologista, a tendência é que as notificações continuem aumentando devido a chegada do verão. “O vírus gosta do clima tropical, de alta temperatura e tem todas as questões do armazenamento de água em casa, que ajuda a proliferar o mosquito”, diz Ceuci.