“O sol é a fonte principal de calor e seu campo magnético está em baixa atividade, a tendência é o esfriamento dos oceanos e isso causa a formação de nuvens”- Luiz Carlos Molion, PhD em Meteorologia e professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

Os próximos dez anos, apontam para um resfriamento dos oceanos, o que significa o fim do ciclo da estiagem prolongada com a chegada de chuvas regulares no Nordeste brasileiro. A tendência é que a temperatura da Terra diminua, com um ligeiro resfriamento de aproximadamente 0,3 graus centígrados, uma vez que o sol está em baixa atividade eletromagnética.

Desde dezembro de 2008, o sol entrou nesse período de baixa atividade e passará assim, produzindo um pouco menos de energia, até 2030. Esse fenômeno, chamado “mínimo solar”, ocorre a cada 100 anos e, para a Ciência, ainda é um mistério explicar o porquê de o astro ter esse comportamento por século.

A novidade foi anunciada pelo PhD em Meteorologia e professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Luiz Carlos Molion, que esteve em Pernambuco, no município de Petrolina, no Sertão, recentemente para divulgar seu estudo.

O pesquisador Molion explica que o clima do planeta é controlado pela temperatura dos oceanos, responsáveis por cobrir 71% da superfície da Terra. O Pacífico, particularmente, que ocupa 35% da superfície da Terra, já dá sinais de que está esfriando. “E, se o sol é a fonte principal de calor e seu campo magnético está em baixa atividade, a tendência é o esfriamento dos oceanos. Quando esse campo (magnético) enfraquece, temos mais formação de nuvens. Ou seja, mais chuvas e também menos radiações porque os raios solares batem no topo das nuvens e retornam ao espaço”, detalha o estudioso.

Essa inversão da polaridade solar, acredita Molion, deverá ser finalmente explicada pela Ciência nos próximos anos porque a Nasa lançou, em 2008, um satélite na órbita solar.

Que é um mistério ainda entender o porquê de, a cada 100 anos, o astro entrar nessa atividade menos intensa, não restam dúvidas. Mas, quem deve sofrer com esse fenômeno é o agricultor na região sul do País.