“Tem uma imensidão de gente aqui para ser ouvida. Pelo visto não vamos sair daqui por agora. Estamos sem comida, sem bebida, sem nada” – Priscilla Ramos de Jesus Santos, 33, de Santa Cruz Cabrália.

Dois moradores da Costa do Descobrimento estão entre as mais de 1500 pessoas detidas nesta segunda-feira, 08, no acampamento bolsonarista em frente ao QG do Exército, em Brasília.

O radialista João Alcides Reis de Freitas, 60 anos, de Eunápolis, e a vendedora Priscilla Ramos de Jesus Santos, 33, de Santa Cruz Cabrália, foram levados em um ônibus para a academia da Polícia Federal.

Priscilla, que está desempregada há dois meses, afirmou que não participou das invasões e depredações das sedes do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF).

Ela declarou ainda que chegou a Brasília juntamente com João Alcides em um ônibus que saiu de Porto Seguro com 42 pessoas. “Tem uma imensidão de gente aqui para ser ouvida. Pelo visto não vamos sair daqui por agora. Estamos sem comida, sem bebida, sem nada. Nítido e claro que o exército traiu a gente”, afirmou Priscilla.

João Alcides, que foi candidato a vereador na eleição de 2020 pelo MDB, disse que também não participou dos atos de vandalismo. Em um vídeo gravado na noite de sábado, ele antecipou que as invasões teriam um grande volume de pessoas. “De hoje para amanhã deverão chegar muitos ônibus a Brasília”, frisou Alcides em um vídeo gravado em frente ao QG antes das invasões.

As 1.500 pessoas detidas serão todas ouvidas pela Polícia Federal até esta terça-feira, 10. Segundo o ministro da Justiça, Flávio Dino, após as oitivas, caberá ao Poder Judiciário decidir sobre eventuais prisões. As investigações sobre os atos ficarão sob responsabilidade da Polícia Federal.