A dupla foi julgada mais de 20 anos após o crime. Antes de ser assassinado, Lucas Terra foi estuprado pelos pastores, após flagrar uma relação sexual entre os dois, dentro de um templo da Igreja Universal do Reino de Deus, na capital baiana.

Os pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda foram condenados a 21 anos de reclusão cada um, por decisão da maioria do júri, pelo assassinato do adolescente Lucas Terra, de 14 anos, ocorrido em 2001. O julgamento teve início na terça-feira, 25, e após três dias de julgamento, a decisão saiu nesta quinta-feira, 27, com a condenação por homicídio com três qualificadoras: motivo torpe (vingança), meio cruel e sem possibilidade de defesa da vítima.

De acordo com a juíza Andrea Teixeira Lima Sarmento Netto, foram 18 anos de pena base por homicídio, mais três anos devido à impossibilidade de defesa. Tanto Fernando Aparecido quanto Joel Miranda poderão recorrer da decisão em liberdade, por terem se apresentado sem resistência ao júri. Caso seja mantida após o trânsito em julgado, a punição será cumprida em regime fechado. O crime de ocultação de cadáver acabou excluído, porque acabou prescrevendo quatro anos após o fato.

Após o anúncio da condenação, o júri popular foi encerrado ao som da voz de familiares de Lucas Terra, que gritavam “assassinos” para os pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda.