“Aceitar o Marco Temporal seria assinar a exterminação do nosso povo”-  Alzira Pataxó, cacique Pataxó Hã Hã Hãe.

Indígenas da etnia Pataxó  Hã Hã Hãe fecharam a BR-101 no trecho do trevo que da acesso a Camacã, e pediram a derrubada do marco temporal, nesta quarta-feira, 20, quando o julgamento voltou a ser feito pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

“Aceitar o Marco Temporal seria assinar a exterminação do nosso povo”, disse ao Folha do Cacau, A liderança Pataxó Hã Hã Hãe,  Alzira Pataxó, cacique Caramuru.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que o bloqueio começou por volta das 14 horas e terminou no final da tarde.

A tese que define o marco temporal estabelece que os povos originários só têm direito às terras que foram ocupadas no dia da promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988. Caso o marco temporal seja aprovado, indígenas só poderão reivindicar a posse de áreas que ocupavam nessa data.

De acordo com a liderança, os indígenas são contra o marco temporal porque muitas comunidades foram retiradas de suas terras durante a Ditadura Militar. Além disso, muitas etnias são nômades e não ocupavam, necessariamente, nas áreas tradicionais em 5 de outubro de 1988.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) concedeu vista coletiva ao projeto, que deve ser analisado na próxima semana e a votação foi adiada mais uma vez.

Veja Vídeo: