O policial aposentado aguardou o julgamento em prisão domiciliar, enquanto usava tornozeleira eletrônica. A esposa da vítima, que estava com ele, também foi baleada, mas sem gravidade. 

O idoso de 100 anos que matou um homem a tiros após ver uma briga de casal, em Salvador, foi absolvido pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), que entendeu que Emiliano Melo dos Santos agiu por legítima defesa.

A decisão judicial de terça-feira, 14, aponta que Emiliano respondia por um crime que teria sido imputado injustamente.

O idoso, que é um policial militar aposentado, matou Welton Lopes Costa, de 34 anos, no dia 22 de agosto de 2021, no bairro Dois de Julho, na capital baiana.

A esposa da vítima, que estava com ele, também foi baleada, mas sem gravidade. Ela foi levada para o hospital, mas recebeu alta no mesmo dia.

No dia do crime, Emiliano tinha 98 anos e foi levado para a delegacia. Ele prestou depoimento e foi liberado. A prisão domiciliar, com monitoramento por tornozeleira eletrônica, foi determinada dois meses após o acontecido.

No dia 23 de novembro do mesmo ano, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou o idoso pelos crimes de homicídio, com recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa da vítima, e por lesão culposa contra a companheira da vítima, que também foi baleada.

De acordo com um dos irmãos de Welton Lopes Costa, a discussão com o idoso começou após Welton se desentender com a esposa. Na ocasião, ela trabalhava em uma padaria perto de onde o crime ocorreu e era conhecida de Emiliano Melo. O idoso teria visto a mulher discutindo com o marido e sendo puxada pelo braço.

O idoso morava há alguns anos na região e possuía histórico de violência. No dia do acontecido, Emiliano questionou Welton se ele estava machucando a esposa e escutou uma resposta negativa. Eles começaram a discutir e na sequência o idoso disparou tiros contra a vítima.

Mensagens de ameaça ao policial aposentado foram pichadas, ainda no ano de 2021, na frente do imóvel em que Emiliano Melo morava. Frases como: “Vai morrer, velho assassino” foram escritas nas paredes do edifício.

No bairro de Dois de Julho, a situação dividiu opiniões de moradores, que falaram sobre o comportamento dele. Uns, apontaram que ele tinha um histórico de comportamento agressivo, outros diziam que ele parecia inofensivo.