De acordo com a psicóloga, no momento, o veículo passava por  Ibirapitanga e ela pediu para ir a uma delegacia prestar queixa, mas o motorista decidiu seguir viagem.

Uma psicóloga denuncia que foi vítima de importunação sexual durante uma viagem de ônibus na Bahia. O suspeito é um adolescente de 17 anos, que nega o crime. O caso aconteceu na madrugada de domingo 17.

De acordo com a psicóloga, inicialmente, um homem se sentou perto dela e começou a fazer uma série de perguntas, o que lhe gerou incômodo. Depois, o suspeito a agarrou.

“Eu tinha tomado um Dramin [remédio] pra enjoo. (…) Quando eu acordo é com o cara já em cima de mim. Comecei a gritar, pedir socorro, veio um passageiro me acudir”, disse ela em um vídeo divulgado nas redes sociais.

No momento, o ônibus passava pelo município de Ibirapitanga. Michelle ressalta que queria ir a uma delegacia prestar queixa, mas o motorista decidiu seguir viagem.

“Imagine você ter que viajar com um cara que tentou te abusar? Você não sabe se o cara está armado, se tem uma faca. Você ter que ficar presa dentro de um ônibus com aquele cara!”, comentou a psicóloga.

Ela lembra que ao passar pelo distrito de Travessão, em um trecho ermo, de madrugada, o motorista perguntou se ela gostaria de descer. Dada a falta de segurança do local e horário, além da postura inadequada ao sugerir que a vítima se retirasse do veículo, Michelle seguiu viagem.

A psicóloga desceu do ônibus em Ubaitaba, a 23,5 km do ponto onde o abuso ocorreu. De lá, seguranças da Águia Branca, empresa do ônibus, a levaram até Itabuna, onde a mulher conseguiu prestar queixa.

O outro lado

De acordo com a Polícia Civil, o suspeito disse que é sonâmbulo e que caiu em cima de Michelle sem querer. Ele vai responder pelo crime de importunação sexual, conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente.

Já a empresa de transporte Águia Branca, declarou em nota que lamenta “profundamente” o ocorrido e repudiou “com veemência todo e qualquer caso de importunação sexual. “Internamente, a empresa tem um protocolo rígido, que deve ser seguido por todos os motoristas em casos ocorridos nos ônibus da empresa. A conduta do motorista está em análise considerando todas as evidências e informações prestadas pela vítima”, diz a nota.

Segundo a Águia Branca, se confirmado o não cumprimento do protocolo e a omissão por parte do colaborador, medidas cabíveis serão adotadas. A empresa não especificou quais ações seriam essas, mas se disse à disposição das autoridades para fornecer as informações necessárias à apuração do caso.